25 de mai. de 2012

sermão das nuvens






ouço o sermão das nuvens.
minha boca está cheia de silêncio

as árvores conversam entre si.
através da distância imensa vejo o vôo da coruja branca

meço a pressão arterial e a solidão da floresta

ao anoitecer deito-me sobre as pastagens

o vento murmura meu nome
a lua faz guarida no escuro

estou calma como quem vive descalço
aglutino-me às plantas,
sinto a pulsação delas.


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